Descobrir o Minho
com Maria Ondina Braga
02.06.25
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02.06.25
09.05.25
Numa recente visita à Figueira da Foz fiquei muito agradado com o desenvolvimento da cidade, comparando-o com viagens e estadias anteriores. Uma cidade solar, voltada para o turismo, que parece ser a última grande descoberta dos empresários e políticos portugueses. Tudo é turismo ou quase tudo. No entanto, aquilo que me chamou mais a atenção foi a imagem de uma cidade parada, à espera de qualquer coisa que lhe dê vida. Talvez aguarde o verão e os turistas. Alguns hotéis estavam fechados ou a meio gás. O mesmo se passando com alguns restaurantes que nos habituámos a frequentar em busca do bom peixe, e que agora apresentam ementas viradas para o paladar dos turistas. Por exemplo: sardinhas assadas, boas, mas congeladas, informava o próprio restaurante. Outro comedouro servia, por exemplo, espetada de lulas com camarão. Uma única espetada, com camarão mal grelhado, acompanhada por batatas fritas. Deve ser ementa para inglês: fish and chips. Pior, só tinha vinho branco, não tinha doces para sobremesa, não servia descafeínado e tinha o MTB avariado. Também não tinha afluência de clientes. Foi assim que a bela imagem inicial da cidade se esfumou. Aliás, como em outras vilas junto à costa. Dá ideia que só funcionam na época estival em função do turismo interno e externo.
02.04.25
Museu arqueológico de Olympia, Grécia. (fotoAGB)
22.10.24
Praia de Porto Pim, Horta, Faial, Açores (fotoAGB)
24.10.23
Os autarcas são gente com uma grande ânsia de copiar o vizinho autarca. Se um faz uma rotunda, o outro não lhe fica atrás. Se embeleza as ruas com lombas, quase de cinco em cinco metros, o vizinho imita. Se faz um festival literário os outros copiam. Hoje em dia já existem tantos festivais literários e prémios literários promovidos por autarquias, que uma pessoa se confunde. Se existiu lá na terra um tipo que escreveu uns poemas ou meia dúzia de livros, crie-se um prémio literário com o seu nome. Mas o mais edificante são os passadiços. Toda a serra, hoje em dia, tem um passadiço para se admirar a paisagem. Longas línguas de madeira para palmilhar. O problema é que, em minha opinião, descaracterizam a natureza, as serras, a panorâmica do lugar. Os países montanhosos, com paisagens incríveis, não têm destes caprichos, que eu saiba e conheça. E conheço muitos países.
23.09.22
Não me recordo do local onde o navio atracou. Mas lembro-me bem de ser transportado para o centro da cidade em autocarro. A primeira impressão que colhi foi o cinzento escuro dos edifícios baixos, de pedra, com a patine de séculos. Isto e um tremendo céu escuro que parecia vir abater-se sobre nós. Era domingo e a cidade estava deserta. Não chovia, mas havia uma promessa de que isso pudesse acontecer a qualquer momento. Perguntei-me que tipo de vida podiam levar as cerca de sete mil pessoas que habitam na cidade, embora a população da ilha ultrapassa os vinte mil moradores. A pesca deve ser uma das principais ocupações profissionais. A cidade parece ter sido construída em torno de Fort Charlotte em meados do século XVII. Para mim, nesse domingo, a motivação maior era procurar os lugares onde decorreu parte da série policial britânica “Shetland“. E lá encontrei, por exemplo, a esquadra de polícia onde supostamente trabalhava o inspector Jimmy Perez (Douglas Hanshall) que liderava a série. Achei também curiosa a transformação de uma igreja em biblioteca pública. À excepção de uma pequena papelaria aberta para receber os turistas, pouco mais havia a funcionar. Era domingo, relembro, numa pequena cidade da ilha principal. Edimburgo fica a 480 Km de distância, na Escócia. Preferia ter visitado a cidade num dia que não o domingo, e que tivesse recebido a graça de um pouco de sol, mas ainda assim valeu a pena.
Fotos: 1.ª A esquadra de polícia da série televisiva "Shetland" que julgo ser o edifício da verdadeira esquadra; 2.ª Igreja transformada em biblioteca pública; 3.ª A Geometria da Guerra dentro do Fort Charlotte; 4.ª O interior do Fort Charlotte. 5.ª Uma imagem de Lerwick.
28.06.22
Neste campo de amendoeiras em flor, e para lá dele, situa-se hoje a marina de Albufeira e a urbanização de casas às cores, como num desenho de crianças, empreendimento da responsabilidade do Arq. Tomás Taveira. (fotografia de Artur Pastor)
13.04.22
Viajando pela N2, agora promovida a passadeira de asfalto turística, com grandes marcos identificativos, que percorri entre São Brás de Alportel e o Torrão, só encontrei curvas e contra-curvas (algumas perigosíssimas e sem resguardo), retas longas e desafiantes, mas nenhum parque onde se possa estacionar e olhar a paisagem, nem WC, nem quiosque para uma bebida, um café, nada. É claro que passei por algumas povoações como, por exemplo, Almodóvar, Castro Verde, Aljustrel, mas ao domingo paira a pacatez alentejana, está quase tudo fechado, é difícil encontrar uma pessoa. Por exemplo, num Intermarché, completamente às moscas, onde parei para fingir que almoçava no bar, apenas deparei com avô e neto, na esplanada, comendo batatas fritas, tendo a escassos metros de distância a carroça com o burro que se deliciava a comer erva. Ou seja, houve uma ideia, cravaram-se no chão uns marcos gigantes de cor amarela, para serem vistos à distância, indicando que nos encontramos na N2, aqui e ali carimbam uma espécie de passaporte (desde que a loja esteja aberta), mas tudo o resto que podia dar corpo a um ideia interessante está por fazer no troço que percorri. Nem se fará, estou certo.
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