Viagens por dentro dos dias

Há uns anos, ao preencher um formulário num site, na parte respeitante ao sexo da pessoa, sou surpreendido com uma listagem de sexos possíveis. Não pasmei, ri-me. Eu sei que vivemos numa civilização decadente, dominada por imbecis e fanáticos, pelo que nada me espanta. Mas dá-me vontade de rir. Depois de uma vida a estudar, a trabalhar e a viver pelas várias partes do mundo, combatente numa guerra perdida muitos anos antes, viajante e conhecedor de outros povos, alguns deles observados em pelo, ensinaram-me e aprendi que havia dois sexos. É claro que à medida que ia crescendo fui sabendo que os sexos, sendo embora dois, tinham praticantes que assumiam vários papéis com os sexos que tinham, por diversas razões, que na gíria popular tomavam diferentes nomes. E havia mesmo quem assumisse mais do que um papel. Era pacífico. A natureza não foi perfeita, ou foi-o à sua maneira. Não é isso que aqui está em causa. O que está em causa é o formulário que me deram a preencher, em que no item sobre o sexo havia que distinguir:

Feminino / Masculino / Neutro / Plural (feminino) / Plural (masculino) / Plural (misto) / Plural (neutro) / Não especificado

Estamos muito à frente: talvez no séc. XXV. Tendo em conta o rol acima, esqueceram-se do sexo Plural (singular), Singular (plural) e Misto (misto). 

Não faz sentido o papel higiénico ser de papel. Devia ser de alumínio com relevos em aço. 😁 (imagem da Net)

Há pessoas que têm herdades, castelos, palácios, villas. Eu tenho um poço. (fotoAGB)

Para o PAN "touradas só na cama e com consentimento". Pergunto se há direito a forcados e bandarilheiros. 

Publicam-se, cada vez mais, livros com títulos estrambóticos. Sobretudo na área da novela dita romântica, seja lá o que isso for, com uma trama delico-doce e bastante sexo, que ombreia com charadas de livros de auto-ajuda. Parece que é o que está a dar. Os autores respondem com pseudónimos a fazerem pandã com o conteúdo do livro. Não sei quem os lê, mas confesso que tenho inveja da quantidade de edições que atingem. Dito isto, quero afirmar que o meu próximo romance, não será um romance, mas uma novela romântica, a que darei o título TOCA-ME NO UMBIGO E SERÁS FELIZ. Ou, deverá ser antes, TOCA-ME NO UMBIGO E EU APITO NO PITO? É muito difícil uma pessoa manter-se atualizado neste tempo de vanguardas literárias. 

(HenriCartoon no Sapo com a devida vénia)

Diz Pinto da Costa: O nosso inimigo está a 300 quilómetros. INIMIGO? O desporto, mesmo profissional, é uma guerra?