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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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Vai bugiar

Significado: não importunes, desaparece daqui

01.03.23

Esta frase tem um significado semelhante às seguintes: «Vai chatear o Camões» e «Vai pentear macacos», embora seja possível que tenham origens diferentes. Podem também ser adaptações de uma frase inicial, que será possivelmente esta que aqui se arrola. Sobre a sua origem há várias informações. No «Auto de Mofina Mendes» Gil Vicente usa a palavra bugios querendo referir-se a macacos. E em outro Auto escreve: Vai, vai, Joana, bugiar, que acolhe o significado de afastamento, de pedir a alguém que não mace e se afaste. Outros autores também se inclinam para bugio como sendo macaco, talvez pela sua irrequietude quando acossado por humanos. Há ainda quem refira, mais tarde, que a palavra bugio denominava um engenho usado para meter estacas nas terras alagadiças, aquando da construção do forte do Terreiro do Paço, na época de Filipe II. Frente a Oeiras há o denominado Farol do Bugio, sendo que a frase idiomática não parece ter ligação com o nome do farol. Bugio, aqui, é entendido como vela acesa (do francês bougie), devido à semelhança que dava observado ao longe, na época da sua construção.

António Garcia Barreto (do livro a publicar O POVO FAZ A LÍNGUA. Registado no IGAC e na SPA. Interdita a cópia)

VOOU COMO MATIAS PEREZ

Algo que desaparece, que se perdeu para sempre, sem remédio.

06.02.23

Matias Perez (Peres) foi um marinheiro português que em meados do séc. XIX se radicou em Havana, Cuba, com um negócio de fabricação de panos para velas de navios. O negócio progrediu muito bem, de tal forma que lhe chamavam «O rei dos toldos». Mas a sua paixão era voar, sobretudo depois de conhecer o balonista francês Eugene Godard. Experimentou fazer alguns voos em balão com Godard, a quem chegou a comprar um aparelho. Havia sempre uma multidão a assistir a essas subidas em balão de ar quente. O seu último voo, porém, correu mal. As condições atmosféricas não eram as melhores, mas Matias decidiu voar. Nunca mais foi visto. Nem ele nem quaisquer vestígios dessa viagem fatídica. Em Cuba ainda hoje se usa a expressão «voou como Matias Perez» quando alguém se quer referir a um desaparecimento, ou a algo que se perdeu para sempre, sem remédio.

(do livro a publicar O POVO FAZ A LÍNGUA. Registado no IGAC e na SPA. Interdita a cópia)

25.07.22

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SINOPSE

Na esteira dos grandes escritores viajantes de outros séculos, António Mega Ferreira põe desta vez nas mãos dos leitores o relato de uma «viagem intelectual e afetiva» que «representa a súmula de muitas viagens a Itália, ao longo de quatro décadas de apaixonada convivência com os lugares e as gentes, mas sobretudo com a cultura italiana.»

Itália - Práticas de viagem vem agora juntar-se a um outro livro-irmão mais velho, Roma - Exercícios de reconhecimento, também publicado pela Sextante em 2010. Estes dois livros compõem uma maravilhosa viagem a Itália, completamente original na literatura portuguesa, oferecida pelo olhar culto e pela escrita de grande beleza de António Mega Ferreira. (Da contracapa).

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