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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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11.03.24

Um dia, já lá vão muitos anos, uma professora portuguesa de uma escola próximo de Ourense, convidou-me para uma Festa Literária dedicada aos jovens, numa escola em que era professora, que decorrerira num fim-de-semana numa localidade perto daquela cidade Galega. Trocámos correspondência (ainda não havia emails nem telemóveis) acerca de alguns dos meus livros infanto-juvenis e ela até me falou que contavam também com a presença de Alice Vieira, que nessa época começava a ser muito conhecida devido ao seu livro "Rosa, Minha Irmã Rosa".

No sábado indicado, ao romper da aurora meto-me no carro com a minha mulher e lá fomos corresponder ao amável convite. A meio da manhã, centenas de quilómetros depois, chegámos à localidade galega. Estacionei o automóvel e procurei pelo colégio e pela professora. O colégio estava encerrado, da professora não havia rasto (vivia em Portugal, no Minho), e de Festa Literária na aldeia ninguém sabia. De Alice Vieira também não. Estava um dia esplêndido. Não me senti enganado, eu conhecia a professora, mas a verdade é que algo correra mal. Aproximava-se a hora de almoço. Encontrámos um restaurante familiar com uma agradável ementa, a começar por uma cativante tábua de queijos. Depois do almoço, metemo-nos no automóvel e regressámos a Lisboa como se fosse logo ali ao lado. A despesa foi grande, mas eu corria por gosto. Não me lembro, hoje, com exatidão, qual foi a explicação que a professora me deu, mais tarde, quando a interpelei um pouco aborrecido. Teria tido a ver com a alteração da data da Festa Literária e alguém se esquecera de me avisar. Foi a partir daí que comecei a perceber que trabalhar de borla saía caro.

22.02.24

O Homem do Buick Azul

WOOK.PT

SINOPSE: Lisboa, 1933. Eneias Trindade recebe no escritório uma mulher da alta sociedade que contrata os seus serviços de detective para descobrir o paradeiro de Álvaro Durval, amigo de infância.
Aos poucos, lá vai somando as pistas que o levam ao conhecimento da controversa história de Álvaro Durval, ligada à Revolta da Madeira (1931), e aos rumores sobre a sua prisão pela PVDE. Aos ouvidos do detective chega ainda uma história que dá como certa a existência de um tesouro valioso enterrado pelos bisavós de Álvaro Durval na quinta.
Num ano de grandes alterações na vida nacional, o desaparecimento de Álvaro Durval levanta suspeitas. Um caso de política ou de polícia?

CRÍTICA DE IMPRENSA: «O autor retoma o veio realista de Eça de Queirós, Ferreira de Castro e Miguel Torga, cujo lema estético pode sintetizar-se numa frase de Eça: “A realidade bem observada e a observação bem exprimida”, isto é, clareza na escrita e transparência nas ideias.»
Miguel Real, Jornal de Letras

18.02.24

Há sempre um livro à sua espera, no seu caminho. Não fuja porque não faz mal nenhum. Pelo contrário. Um livro é uma porta de entrada para o conhecimento e para o divertimento, também. Leia, que ler faz bem à saúde.

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(fotografia: books-reading-obsession on tumblr)

16.02.24

Um leitor quando aborda um livro de ficção literária, vulgo romance ou novela, ou contos, tem de sair da comodidade de uma leitura-papinha-feita. Tem de investir nessa leitura e isso exige muitas outras leituras e um bom backgroud escolar e de vida. O prazer da leitura está também no prazer de desvendar as ideias do autor no livro e a vida própria das personagens por entre a trama que um e outras vão construindo. Ler nas entrelinhas as intenções do autor. Interrogar-se sobre o que pretendem ambos e descobrir o que os leva por aquele caminho e não por outro.

Marguerite Duras

Escritora e cineasta

14.02.24

Que pena os livros de MARGUERITE DURAS estarem quase todos esgotados em português. Gostava de recomendar-lhes, sobretudo, "UMA BARRAGEM CONTRA O PACÍFICO" e "O AMANTE DA CHINA DO NORTE". Todos os livros desta escritora partem da sua difícil infância e juventude no Cambodja, antiga colónia francesa, onde a mãe era professora. Há um filme que retrata bem a sua adolescência em Saigão. Chama-se "O Amante", um filme de Jean-Jacques Annaud. Tentem conhecer esta escritora, a sua vida, a sua literatura. Vão ficar fascinados, penso eu.

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13.02.24

Ponho-me a refletir sobre a brevidade com que a maioria dos agentes culturais são recordados. De um momento de glória ao esquecimento. Claro que isto se passa com outras pessoas e profissões. Mas a mim interessa-me, sobretudo, os escritores. Encaro a minha biblioteca e reparo em nomes de autores portugueses como José Rodrigues Miguéis, Manuel da Fonseca, Aquilino Ribeiro, Nuno Bragança, Fernando Namora, Urbano Tavares Rodrigues, Antunes da Silva, Fernando Assis Pacheco, Olga Gonçalves, Egito Gonçalves, Maria Roma, António Rebordão Navarro, José Gomes Ferreira, Rui Knopfli, etc. etc. Quem se recorda deles entre os leitores comuns? De alguns ainda se houve falar, porque os descendentes os recordam, de vez em quando, na comunicação social ou nas redes sociais. Que leitores ainda os lêem ou se recordam do prazer da leitura dos seus livros? No entanto, ninguém se esqueceu Camões, Shakespeare, Cervantes. Tudo é efémero, embora a efemeridade possa ter graduação. 

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