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Viagens por dentro dos dias

Blog sobre tudo e sobre nada. Em particular, em torno de literatura, arte, viagens.

Blog sobre tudo e sobre nada. Em particular, em torno de literatura, arte, viagens.


21.06.25

A Feira do Livro de Lisboa, aquela que conheço melhor, é um espaço de passeio nestes dias de Junho, de descanso à sombra das várias praças instaladas, e uma peregrinação para comprar livros a preços reduzidos, o mais reduzidos possível. Também serve para comprar um livro que trazemos na memória há tempo, sem o qual nos sentimos órfãos. Já para apresentar novos livros, sem desconto, a coisa fia mais fino. Constatei um enorme desinteresse, salvo por um ou outro livro publicado pelos grandes editores, desses escritores que andam sempre pelos jornais e televisões. Ouvi alguém responder quando lhe perguntaram se queria o livro assinado pelo autor: "Não, isso não me interessa nada". Estava obviamente no seu direito. Mas podia estar calado. O resto é vento, ou calor, subir e descer a alameda, beber umas imperiais e tocar a bola para a frente que atrás vem gente. Nunca percebi porque razão a APEL continua a fazer a Feira naquele local, despreparado desde sempre para o evento. É verdade que o português não é muito dado a sair da caixa e do pensamento formatado. E assim lá vamos cantando e rindo, como se cantava no tempo da velha senhora que, por sinal, era um homem.

O Partido Socialista

a caminho da irrelevância?


23.05.25

O Partido Socialista fechou-se sobre si próprio, abandonou a social-democracia, os trabalhadores, a luta do povo por uma vida mais digna, e refugiou-se nas lutas internas, no contar de espingardas para ver quem manda, quem é quem. Trata-se de uma política para lustrar egos. Um partido que se vira para dentro está condenado a transformar-se numa desnecessidade. Tendo como único candidato à liderança do partido José Luís Carneiro, que tem uma postura de centro-direita, corre o risco de esvaziar definitivamente o partido do seu verdadeiro estatuto: a social-democracia, o centro esquerda. 

PS


21.05.25

Espero que o Partido Socialista acorde para a realidade e não ande a correr para fazer mais do mesmo.

Saia do templo e oiça a voz do povo.


16.05.25

À janela do desprezado castelo de Arraiolos, como existem tantos outros pelo país. Há exceções que, como sempre, confirmam a regra. Não há dinheiro, dizem. Em Portugal nunca há dinheiro para nada. Todos sabemos que o turismo se faz sobretudo pelo litoral, mas o interior que deseja receber turistas, internos ou externos, tem de apresentar oferta melhor. Talvez pudéssemos aprender alguma coisa neste domínio com nuestros hermanos. Quem é o responsável por esta incúria? Eu não sou. Pago todos os impostos diretos e indiretos e não pago pouco. Como irá haver eleições no próximo domingo tudo vai ficar resolvido. Acreditem.

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09.05.25

Numa recente visita à Figueira da Foz fiquei muito agradado com o desenvolvimento da cidade, comparando-o com viagens e estadias anteriores. Uma cidade solar, voltada para o turismo, que parece ser a última grande descoberta dos empresários e políticos portugueses. Tudo é turismo ou quase tudo. No entanto, aquilo que me chamou mais a atenção foi a imagem de uma cidade parada, à espera de qualquer coisa que lhe dê vida. Talvez aguarde o verão e os turistas. Alguns hotéis estavam fechados ou a meio gás. O mesmo se passando com alguns restaurantes que nos habituámos a frequentar em busca do bom peixe, e que agora apresentam ementas viradas para o paladar dos turistas. Por exemplo: sardinhas assadas, boas, mas congeladas, informava o próprio restaurante. Outro comedouro servia, por exemplo, espetada de lulas com camarão. Uma única espetada, com camarão mal grelhado, acompanhada por batatas fritas. Deve ser ementa para inglês: fish and chips. Pior, só tinha vinho branco, não tinha doces para sobremesa, não servia descafeínado e tinha o MTB avariado. Também não tinha afluência de clientes. Foi assim que a bela imagem inicial da cidade se esfumou. Aliás, como em outras vilas junto à costa. Dá ideia que só funcionam na época estival em função do turismo interno e externo.


04.05.25

Vamos lá então escolher entre o spinnunviva e o industrial de calçado, sempre patrulhados por aquele que chegou e não se foi embora. Três eleições em + ou - ano e meio, diz bem daquilo a que chegou a Tugalândia, esse país onde tudo se promete e tudo se adia com o maior descaramento. Tudo pago pela rapaziada anónima, claro. Sejam felizes e vivam encantados, que eu para esse peditório já dei.

Esqueci-me de dar os bons-dias

Vou ter de melhorar o comportamento


11.01.25

Hoje em dia perdeu-se o hábito de dar os bons-dias, de cumprimentar o outro; perdeu-se o hábito de falar com quem nos envolve, a não ser por estrita necessidade. A linguagem está reduzida ao mínimo. Sempre temos o smartphone com as frases semi-prontas e, mais do que isso, temos os emoticons para facilitar o diálogo. Engano. Quanto mais nos fecharmos sobre nós próprios, mais difícil vai ser comunicarmos no futuro, mais difícil será articularmos bem as palavras. O mesmo se passa com a falta de leitura. Perdemos, pouco a pouco, a capacidade de refletir sobre cenários diferentes, de saber escrever bem as palavras, de compreendermos frases aparentemente mais difíceis e pensamentos mais rebuscados. Vem isto a propósito de um dia destes um novo vizinho me ter dados os bons-dias e eu não ter respondido à saudação. Quando ia a subir as escadas (subo sempre as escadas) deu-me um rebate: que comportamento foi este, António? Ainda tentei emendar a mão, mas o vizinho já tinha entrado na sua casa, provavelmente a pensar: "Um tipo mal educado e mal encarado!"

Lá vamos, cantando e rindo

levados pelo pobre destino


14.04.24

Somos um grande pequeno país, que os políticos estragam, sempre a falar no futuro com os olhos colados ao passado. Passam a vida a acelerar, mas em marcha atrás, o que tem limites e é perigoso. Um passo à frente, dois passos à retaguarda. Às vezes, vem uma revoada de esperança, que logo depois desaparece. A ninguém se agradece. É destino.

O logotipo de Portugal

Vitória de Pirro


05.04.24

É por estas e por outras que Portugal andará sempre a reboque de outros países, sem conseguir um ponto de equilíbrio que nos defina e que obste a guerrilhas inúteis. Sai um governo e vem outro, mudam aquilo que é fácil deixando para as calendas o que é difícil, exige saber e capacidade de trabalho. O governo teve a primeira vitória: mudou o logotipo do país. Uma vitória de Pirro. É nisto que a Direita é especialista: andar dois passos para trás quando os outros deram um passo em frente. Aprendam a dialogar uns com os outros, a construir os mínimos nacionais, como fizeram outros países, como a Finlândia, por exemplo. A política não é o derby Benfica-Sporting. Os cidadãos não são claques. O país não é um estádio de futebol. Digo eu, que gosto muito de futebol.

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