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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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25.04.22

Salgueiro Maia.jpg

O dia de hoje, 25 de Abril, dedico-o ao homem que tornou possível trilharmos um caminho novo, o tenente-coronel Salgueiro Maia, à época capitão. Tornou-a possível juntamente com outros camaradas de armas, claro. Foi talvez o militar de Abril mais injustiçado pelos políticos, da direita à esquerda, porque nunca se dispôs a servir interesses alheios nem se serviu da posição que obteve ao comandar a coluna vitoriosa que saíu de Santarém rumo a Lisboa, para voos laterais à sua carreira militar. 

Era ele alferes quando eu fiz a recruta em Santarém, tendo sido o meu instrutor na condução de lanchas Zebro, no rio Tejo. De rosto fechado, era ainda muito jovem, mas já teria feito uma campanha em África. O mesmo rosto quase impenetrável que voltei a ver no dia da nossa Liberdade. O meu respeito à coragem e à dignidade de um homem.

26.07.21

Otelo, o revolucionário dois em um (revolução calma e pacífica e revolução radical), a que faltava ideologia, mas sobrava entrega, deixou-nos. Sou mais “Salgueiro Maia”, mas devemos a Otelo a estratégia de uma revolução libertadora. DEP.

24.04.21

Salgueiro Maia.jpg

Passam amanhã 47 anos sobre a data libertadora do 25 de Abril de 1974. Há gente que continua a sonhar com o passado anterior a essa data, embora admita travesti-lo de democracia. Algo como uma casa velha a precisar de obras profundas, mas na qual apenas se pintam as paredes exteriores de cores garridas, a fingir grandes alterações. Para homens que ainda vestem fatos de três peças e mulheres com o cabelo em ninho de laca, mais do que isso seria comunismo. Devemos a Liberdade a esses militares cansados de uma política castradora e inoperante e de uma guerra que se enrolava eternamente, sem solução à vista. Ousaram vir para a rua, sala dos grandes atos, desafiar o poder instalado durante meio século. Lembro nesta data todos esses militares na figura discreta, determinada e corajosa de um capitão de nome Salgueiro Maia, que encarnou o pensamento dos companheiros e partiu rumo à capital disposto a fazer aquilo que fez e só isso. O resto seria trabalho para os políticos. Esse capitão que afastou honrarias e preferiu continuar a ser um militar numa terra livre, a quem os cavacos deste país nunca perdoaram e nunca agradeceram. Lá onde estiveres, capitão, sabe que nós outros te agradecemos o gesto, a coragem e a verticalidade de que sempre deste provas.

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