01.12.22
Restaurámos o país dos Espanhóis, em 1640. Mas ainda não conseguimos restaurar o país de nós próprios. A inveja, como o grande emblema social; a Escola e a Saúde que nunca mais entram nos eixos; os políticos que não conseguem uma plataforma mínima para tornar este país governável atendendo aos interesses dos cidadãos, sem que se ande sempre a remendar decisões; a Justiça que tem um tempo tão lento, tão lento, que nem parece a Justiça do nosso tempo; o novo aeroporto que anda há décadas a ser discutido entre gregos e troianos; a Cultura que é o brinquedo de meia dúzia de obstinados; os egos sempre muito inchados em razão de nada ou de muito pouco; as capelinhas, os influencers (que raio de palavra num país com séculos de uma língua própria)... Enfim, ou restauramos o país de nós próprios, ou haverá sempre razão para nos queixarmos perante a indiferença dos poderes públicos. Ah, e restaurem Sua Excelência, porque me sinto envergonhado com o que está em funções.