07.03.22
Uma das coisas que me deixa preocupado, enquanto escritor, é sentir que a literatura de ficção está a definhar. Julgo que não é só por cá. Publica-se cada vez menos romance e novela, matéria de escrita que tem a ver com as nossas vivências, a nossa imaginação e tudo aquilo que gira à nossa volta. E nem sequer vale a pena falar do conto, e menos ainda de teatro publicado em livro, e não me engano se acrescentar a poesia, embora neste capítulo ainda se vá publicando alguma coisa, em edições pequenas para surpreender os amigos. Os supermercados estão cheios de livros que abordam assuntos irrelevantes destinados a pessoas atraídas por temas leves, que não as leve a refletir muito. Ou, do outro lado, por temas com uma vertente histórica e biográfica, de divulgação, que lhes preencha o desejo de conhecer e saber, mas sem ir muito a fundo nas questões, porque isso exigiria um prévia e melhor preparação escolar no domínio da leitura e do conhecimento literário e da sua história.