31.07.23
Sempre gostei muito de comer, mas não de comer muito. Que fique a destrinça. Umas lascas de presunto cortada da perna do animal, com pão, ou com ovos. Uns bifes tenros, suculentos, com batatas fritas e ovo a cavalo. O presunto que se compra nos supermercados vem quase todo embalado, fatiado sem serem fatias, lascas prensadas e servidas como se fossem fatias, que quando se pega nelas se desfazem na mão. E, claro, a maioria das embalagens trazem aqueles produtos conservantes e colorantes, que a gente fica sempre na dúvida se estamos a comer presunto (etc.) com pequenas doses de veneno. A dúvida é permitida. Quanto aos bifes tenros e suculentos, vou ali e já venho. Entram na frigideira e começam a babar água, não fritam, não grelham - cozem. Escapa, por vezes, o bife do lombo, que é caro. O da vazia já foi bom, mas agora engana muito.
Temos o peixe. Grande parte tem origem na aquicultura. Sabe tudo ao mesmo. Mas quem é que nos manda ser triliões de habitantes no mundo? A pesca escasseia, não há forma de alimentar o mundo com peixe do mar. Até o fiel amigo, o bacalhau, é cada vez menos fiel. É apanhado, salgado, congelado, ou seco pelo frio, pouco já seca com sal e ao sol.
É claro que temos a culinária vegan. Já tenho provado alguma coisa e até gosto. Mas se pego numa embalagem de mortadela a fingir e leio os ingredientes, lá vêm os conservantes e colorantes. O tofu tem de ser mascarado com molhos para saber a alguma coisa. Não vou lá. Dificilmente me habituo a novos paladares.
Em resumo: tenho saudades da comida caseira da minha avó, qualquer que fosse a ementa por ela preparada.