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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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O Regresso do Primo Basílio

Uma investigação do detetive Eneias Trindade


03.11.24

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Imaginem-se na pele de um livreiro que mediou a venda de um exemplar da 1.ª edição, de 1878, de «O Primo Basílio», a célebre obra de Eça de Queiroz, por elevado valor. No processo de transporte da obra entre a casa do vendedor, o conde Wenceslau, e a morada do comprador, um bibliófilo conhecido do livreiro, a cargo de um empresa de estafetas, a obra desapareceu. Não só a obra, como o estafeta, o capacete e a moto em que se fazia transportar. Tudo levou sumiço, como que tragado por um grande buraco na floresta de prédios da cidade. Afonso Pardo, o livreiro, decidiu então contratar os serviços do detetive privado Eneias Trindade, no sentido de recuperar o livro. Ou arriscava-se a pagar o elevado valor reclamado pelo comprador, que entretanto liquidou a obra ao conde Wenceslau. Mais informações na WOOK.


02.11.24

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João Vasques nasce em Alenquer, corria o ano de 1520. Escudeiro de um nobre com lugar na Corte, sonhava ser cavaleiro e acompanhar o fidalgo D. Antão de Vasconcelos na sua vida entre os maiores do Reino. O problema foram os olhos azuis de Leonor, a filha do fidalgo, e o seu corpo de muitos encantos. Para mais sentindo ser correspondido nos seus sentimentos. Há, no entanto, paixões que parecem destinadas a não vingar. Mas nunca se sabe. Mais informações: WOOK


14.10.24

In illo tempore. Naquele tempo a vida não era simpática para os pobres. Sobretudo, se viviam numa qualquer aldeia do interior do país, onde a luz não chegava e água só a do poço ou de uma fonte pública. Aldina casou com dezasseis anos e teve um filho aos dezassete. Lavava roupa para fora, para as senhoras da cidade. O marido, um rapaz de vinte anos, sem aptidão para lavouras preferiu ir para a capital tentar a sorte numa oficina de serralheiro, que ia mais a seu jeito. Pouco habituado ao trânsito caótico de uma cidade em crescimento, quase sem regras de trânsito, ao fim de seis meses de cidade morreu atropelado ao atravessar a rua, colhido por um carro que ultrapassou um eléctrico. Aldina vestiu-se de luto e assim ficou toda a vida. Nunca mais casou. Preocupou-se apenas em criar o filho que, na idade em que a mãe se casou, também ele decidiu rumar à capital e dali para qualquer outro lado, que nunca revelou. Aldina ficou sozinha, definitivamente. Lavava roupa e rezava pelo filho e pelo marido. Morreu sozinha, aos quarenta anos, de uma septicémia, sem nunca ter visto mais que os vinte metros de quintal do casebre onde morava, o caminho para a capela da aldeia, e os trinta passos para casa de uma vizinha com a qual passava as tardes de domingo a tricotar malha e a viver a vida que a vizinha já vivera, quando fora criada de um conde, em Lisboa. Uma vida.

© António Garcia Barreto in "Pescar à Linha", contos.


30.09.24

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O meu nome é João Vasques. Assim me baptizou Frei Luís, meu tio, na Igreja de S. Francisco de Alenquer, corria o ano de 1520, reinando El-Rei D. Manuel. Esta é a história da minha vida. Vou contá-la com modéstia e verdade, embora a verdade seja uma senhora de tantos rostos que por vezes é difícil acreditar nela.

Por amor a Leonor

Um romance ambientado no séc. XVI


27.09.24

 

SINOPSE DO ROMANCE:
João Vasques nasce em Alenquer, corria o ano de 1520. Escudeiro de um nobre com lugar na Corte, sonhava ser cavaleiro e acompanhar o fidalgo D. Antão de Vasconcelos na sua vida entre os maiores do Reino. O problema foram os olhos azuis de Leonor, a filha do fidalgo, e o seu corpo de muitos encantos. Para mais sentindo ser correspondido nos seus sentimentos. Há, no entanto, paixões que parecem destinadas a não vingar. Mas nunca se sabe.
Descoberto o seu amor pela filha do fidalgo, restou a João fugir para Lisboa a bordo de um caravelão que descia o Tejo. Perseguido pelos homens de D. Antão, que não desistiam de lhe andar no encalço, tomou lugar em nau que rumava à Índia, mas acabou lançado numa praia da Costa de África, juntamente com Bibas, uma meretriz que conheceu em Lisboa.
A partir daí aprendeu a rudeza da vida, conheceu o paraíso e o inferno, tornando-se mercador, conhecendo as sete partidas do mundo, desde a Índia, Ceilão, Omã, Mascate e muitos outros lugares do Oriente médio e distante, o Brasil e a Flandres.
Rico por via dos negócios da pimenta e da malagueta, poderoso, duro, nunca hesitando em fazer cumprir os seus interesses, será que conseguiu manter vivo o amor de Leonor, cujo sentimento nunca o abandonou?
Já à venda em WOOK.PT ou em Bertrand online.

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01.09.24

— Se fôssemos muito amigos poderíamos trabalhar para endireitar o mundo.

— Isso é o que tu dizes. Era preciso muita força. O mundo não se endireita com uns ramos de flores ou com um abraço.

— Pois não. Tem de ser com muita força. Talvez mesmo à paulada.

— À paulada não é jeito de se fazer nada de bom.

— Mas com rezas também não. Olha lá os padres, a rezar noite e dia, e o mundo está cada vez mais torto.

— Talvez tenhas razão. Mas eu não me meto em política nem em religião.

— Porquê? Tens medo que te apalpem a bochecha?

— Não tem nada a ver com medo. A política e a religião são temas para iniciados. Não vês os padres que antes de o serem têm de frequentar o seminário? E os políticos têm de frequentar as juventudes partidárias.

— E daí?

— Daí que juventudes partidárias fazem-me lembrar as juventudes hitlerianas e a Mocidade Portuguesa, masculina e feminina. Nada de misturas para a vida não se contaminar.

— Tens pinta de político, mesmo que negues: discursos ocos e redondos.

— Estás parvo, ou quê?

— Pode ser que sim. No entanto, mais vale um parvo na mão que dois a voar, não é o que dizem?

— Não, não é o que dizem. Confundes tudo.

© António Garcia Barreto

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