22.08.23
Um mau livro bem promovido pode tornar-se num best-seller. O que não o transforma num bom livro. Mas dá dinheiro.
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22.08.23
Um mau livro bem promovido pode tornar-se num best-seller. O que não o transforma num bom livro. Mas dá dinheiro.
21.08.23
"TODOS OS LIVROS POSSUEM ALMA. A ALMA DE QUEM O ESCREVEU, A ALMA DOS QUE O LERAM, QUE VIVERAM E SONHARAM COM ELE."
20.08.23
20.08.23
Gostava de morar numa casa que tivesse uma empena forrada a livros, como neste prédio.
(Mural em Utrecht, Países Baixos.)
12.08.23
Na vida devemos ver sempre para além daquilo que os nossos olhos vêem.
(agb)
09.08.23
PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que
importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que
importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que
importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não
é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal
o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal
o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal
o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora!
– rir de tudo
No riso admirável
de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
© Mario Cesariny de Vasconcelos
05.08.23
Assistindo de longe à Jornada Mundial da Juventude, que decorre em Portugal, duas coisas se destacam de tudo o resto: a extrema simpatia e disponibilidade do Papa Francisco (de 86 anos) em relação aos milhares e milhares de pessoas que o têm recebido; e o modo como a juventude o ouve, aclama e participa nestas suas Jornadas. Têm-se assistido a uma grande festa e ao diálogo do Papa com a juventude presente.
É visível que esta juventude não se inscreve, em geral, na faixa dos mais pobres da sociedade. Pertence mais a um estrato de classe média, com uma maior base educacional e algum dinheiro. Mas não deixa de ser juventude e participar com extrema alegria nesta festa intercultural da Igreja Católica.
05.08.23
A fortaleza de São Jorge da Mina, 1482, uma das primeiras feitorias portuguesas em África. Situa-se em Elmina, na costa do Gana, sendo conhecida entre os locais por Mina.
02.08.23
Imaginem-se na pele de um livreiro que mediou a venda de um exemplar da 1.ª edição, de 1878, de «O Primo Basílio», a célebre obra de Eça de Queiroz, por elevado valor. No processo de transporte da obra entre a casa do vendedor, o conde Wenceslau, e a morada do comprador, um bibliófilo conhecido do livreiro, a cargo de um empresa de estafetas, a obra desapareceu. Não só a obra, como o estafeta, o capacete e a moto em que se fazia transportar. Tudo levou sumiço, como que tragado por um grande buraco na floresta de prédios da cidade.
Afonso Pardo, o livreiro, decidiu então contratar os serviços do detetive privado Eneias Trindade, no sentido de recuperar o livro. Ou arriscava-se a pagar o elevado valor reclamado pelo comprador, que entretanto liquidou a obra ao conde Wenceslau.
Devem estar a pensar como conseguiu o detetive resolver a questão, Verdadeiramente, não a resolveu. Ou talvez sim. Pelo menos deu os passos necessários nesse sentido. O resultado até a ele surpreendeu. E a mim, também. Leiam o livro. Está lá tudo.
02.08.23
Numa viagem de férias em companhia de amigos, num velho VW carocha, muito antes da existência do Espaço Schengen, ao atravessarmos a fronteira entre a França e a Itália, idos do Mónaco e de Menton, a polícia mandou-nos parar. Simpáticos, os guardas ficaram muito admirados de verem portugueses por ali. Éramos uma espécie rara, naquela época, fora do espaço ibérico. Fizeram-nos algumas perguntas e evocaram o vinho do Porto, mostrando-nos que conheciam alguma coisa de Portugal (estranhei não evocarem o Benfica, que tinha sido bicampeão europeu). Como o carro ia na reserva ou quase, perguntámos se o posto de combustível ficava longe. A resposta foi:
– Ventimiglia.
Trocámos olhares, um pouco desolados.
– Vinte milhas são mais de trinta quilómetros – comentámos, em uníssono. – Vai ser apertado.
Metemo-nos à estrada, devagar, para poupar combustível. Ainda não tínhamos andado cinco quilómetros quando vimos um marco toponímico anunciando a próxima localidade: Ventimiglia. A nossa tradução à letra de italiano e o desconhecimento da região produziu asneira. Mas deu para andar todo o dia a rir à conta de ventimiglia.
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