Há uns anos atrás, numa época difícil, um primeiro-ministro do PSD entroikou o país, mais do que lhe pediam, convidou os jovens a emigrar, mandou fechar centros de saúde, etc. Ficámos com um grande problema às costas que até hoje está por resolver. Temos um Presidente com uma apetência por selfies, beijoqueiro, sempre disponível para os media. O líder da oposição ainda não apresentou uma proposta competente para o país. Manda uns bitaites ao primeiro-ministro, diz uns lamirés. O primeiro-ministro em exercício, por seu lado, já percebeu que este país não tem volta a dar e, provavelmente, também ele irá emigrar. A verdade é que não é fácil conseguir gente com perfil e saber, ministeriável, para fazer uma remodelação, que ainda assim acabará por acontecer. As pessoas estão divorciadas da política a não ser para dizer mal de tudo e mais alguma coisa, que é a nossa forma de ser nação. A juventude com cursos superiores, que não emigra, acaba em parte por entrar nas juventudes partidárias à procura de um futuro lugar no aparelho de Estado. Mas não tem experiência em nada de relevante. Transformam-se em burocratas. O resultado disto tudo é ter deputados a discutir o sexo dos anjos em vez de apresentarem soluções credíveis para o país. Vamos vivendo à sombra de índices positivos na economia, mas que não resolvem nenhum dos nossos problemas. Para isso precisávamos de gente capaz.