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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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30.09.22

As palavras existem? Existem, sim, mas é com uma existência precária, artificial, baseada num exercício de abstracção (...) aquilo que produzimos, ao falarmos, não são palavras, mas cadeias de sons entendíveis por outrem. (...) a palavra pertence por natureza ao terreno da escrita e só nele tem verdadeiramente sentido.

Fernando Venâncio, Assim nasceu uma língua, Guerra e Paz Editores, 2.ª ed., Lisboa, 2019


30.09.22

I - Como é que se solta um preso para o prender logo a seguir debaixo dos holofotes da CS? É o circo da Justiça? Por menos que se goste de Duarte Lima, como é o meu caso, é um ato reprovável, sem ponta de ética. Estamos cada vez mais a nivelar por baixo os atos da vida quotidiana. Tudo rasteirinho, infeliz, educados pelo espetáculo dos tablóides e das TV de pechisbeque.

II - Os jornais a reboque de interesses da oligarquia constroem casos e casos para denegrirem a imagem do Governo. Há falhas na gestão governativa? Sim. Mas a Direita é rançosa, invejosa e maledicente. Enquanto foi poder só acumulou casos de cuja memória depressa se esqueceu. Rematou com a má gestão e a prática de Pedro Passos Coelho, que reduziu quase à indigência a classe-média baixa, reformados e pensionistas.

III - Li que a Presidência do Conselho de Ministros tem 200 funcionários. Uma empresa nacional. Das grandes, ao nosso nível.  Cada ministro a quantas pessoas dá emprego? E, então, o simplex? Portugal, meu querido país, como eu gosto de ti.


29.09.22

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O escritor António Mega Ferreira ganhou o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, patrocinado pela APE, com o seu livro Crónicas Italianas, publicado em 2021 com a chancela da Sextante Editora, onde publicou também as obras a seguir referidas. Viajante cultural, profundo conhecedor da vida e da história da cultura italiana, este livro junta-se a outras obras (Roma, exercícios de reconhecimento, 2010; e Itália, Práticas de Viagem, 2017) em que o autor explora a relação da arte e da arquitetura italiana, ao longo dos séculos, com os seus artistas e com as cidades italianas, seja Roma Florença, Bolonha, etc. Uma leitura a não perder.

NERVO

colectivo de poesia


28.09.22

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A revista NERVO colectivo de poesia vai no seu número 15 (NERVO/15). É muito interessante verificar que esta revista, que publica três números por ano, está a atingir os cinco anos de existência. Não é um produto de Lisboa ou do Porto, como podíamos imaginar, mas do Entroncamento, o que poderia configurá-la como um fenómeno da dita cidade. Não é fenómeno. É trabalho. O que a mantém viva e atuante é a constante procura de dar voz a novos poetas, sem esquecer outros mais conhecidos. Além disso, incluiu sempre alguns poetas estrangeiros, apresentando o poema na língua original e a sua tradução. É de salientar, também, o seu aspeto gráfico. Tudo isto se deve à sua editora, Maria F. Roldão, também ela poeta. E mais do que isso, divulgadora de poesia. Se tiverem interesse podem ver as novidades e conhecer melhor a revista na sua página no Facebook. Vale mesmo a pena. 


26.09.22

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Não sei falar de coisas estranhas:

      navegar à bolina da música

      pairar sobre a voz cristalina dos melros

      romper os sonhos na corola das lâmpadas

      beber da sede alheia

      suar a corrida dos outros

Sei apenas viver do cansaço das palavras


23.09.22

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Não me recordo do local onde o navio atracou. Mas lembro-me bem de ser transportado para o centro da cidade em autocarro. A primeira impressão que colhi foi o cinzento escuro dos edifícios baixos, de pedra, com a patine de séculos. Isto e um tremendo céu escuro que parecia vir abater-se sobre nós. Era domingo e a cidade estava deserta. Não chovia, mas havia uma promessa de que isso pudesse acontecer a qualquer momento. Perguntei-me que tipo de vida podiam levar as cerca de sete mil pessoas que habitam na cidade, embora a população da ilha ultrapassa os vinte mil moradores. A pesca deve ser uma das principais ocupações profissionais. A cidade parece ter sido construída em torno de Fort Charlotte em meados do século XVII. Para mim, nesse domingo, a motivação maior era procurar os lugares onde decorreu parte da série policial britânica “Shetland“. E lá encontrei, por exemplo, a esquadra de polícia onde supostamente trabalhava o inspector Jimmy Perez (Douglas Hanshall) que liderava a série. Achei também curiosa a transformação de uma igreja em biblioteca pública. À excepção de uma pequena papelaria aberta para receber os turistas, pouco mais havia a funcionar. Era domingo, relembro, numa pequena cidade da ilha principal. Edimburgo fica a 480 Km de distância, na Escócia. Preferia ter visitado a cidade num dia que não o domingo, e que tivesse recebido a graça de um pouco de sol, mas ainda assim valeu a pena.

Fotos: 1.ª A esquadra de polícia da série televisiva "Shetland" que julgo ser o edifício da verdadeira esquadra; 2.ª Igreja transformada em biblioteca pública; 3.ª A Geometria da Guerra dentro do Fort Charlotte; 4.ª O interior do Fort Charlotte. 5.ª Uma imagem de Lerwick. 


23.09.22



Os homens e as mulheres que dormem na rua, meus concidadãos, são a face mais visível de uma miséria que preferimos não enxergar — porque incomoda e nega os princípios essenciais de um estado democrático, social e justo. Vê-los magoa e humilha, revolta e envergonha. Mas um homem em chamas é uma outra coisa. É o sinal de um tempo sacana e torpe, de uma miséria moral, ética e civilizacional que vai fazendo o seu caminho e tem no ódio pelos desvalidos o seu sintoma mais sórdido, a despeito das outras tragédias que ainda estejam para acontecer nos brasis, nas hungrias, nas suécias, nas rússias, nas trumplândias, nas suíças ou nas itálias deste mundo soez.

 

Manuel Jorge Marmelo, jornalista e escritor, no seu blog "Teatro Anatómico", 22/09/22 (com a devida vénia).



23.09.22

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"Inúmeras camadas de vidro evocam o movimento na natureza nas esculturas de K. William Lequier". (itscolossal on tumblr)


21.09.22

Estou só nos campos

A doce noite murmura

A lua me ilumina

Corre em meu coração um rio de frescura

De tudo o que sonhou minha alma se aproxima

 

Sophia de Mello Breyner Andresen in Livro Sexto, Assírio & Alvim

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