O Ocidente tem medo da Rússia e do czar louco. Percebe-se. Não se sabe o que pode vir daquele lado nem quando. A Rússia acabou com a voracidade de Napoleão e de Hitler, embora, mais tarde, saísse pela porta pequena no Afeganistão, combatida pelos mujahedin . Os EUA gostam de «libertar» povos da periferia que têm pouco com que se defender ou que já estão agonizantes, se preciso for inventando realidades como foi o caso do Iraque. A União Europeia tem estado entretida a organizar-se, limando arestas, distribuindo cargos políticos e dinheiro sob a batuta da Alemanha e o ciúme da França, esquecendo a sua própria defesa. É verdade que ou se tem dinheiro para o desenvolvimento económico e social, ou se tem dinheiro para gastar em armamento e em exercícios militares. Putin apalpou a realidade e sentiu que podia avançar invadindo um país que é importante para a Rússia, não só estratégicamente, mas também a nível económico e energético. O Ocidente decidiu então combater a Rússia do czar Putin, e o seu aliado da Bielorrusia, através do sufoco económico. E está a conseguir os seus intentos. Porém, os russos continuam a atacar a Ucrânia de modo selvático, tentando não só conquistar os territórios do leste da Ucrânia, como fechar o seu acesso ao Mar de Azov e ao Mar Negro. Há centenas de milhares de pessoas a procurar escapar da guerra. O Ocidente continua a observar o que se passa à frente dos seus olhos, apoiando os refugiados, recebendo-os, auxiliando-os. No terreno a Ucrânia continua sozinha com armamento inferior ao russo e em número de homens disponíveis, que são quase todos os que podem combater. Veremos como evoluem as negociações entre os dois lados. Se não tenderem para a resolução do conflito este eternizar-se-á com prejuízo para todo o mundo, sobretudo para os ucranianos. O Ocidente talvez pudesse fazer mais e melhor.