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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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31.01.22

António Costa. Quando um político tem perfil de estadista e se comporta como tal, sobretudo numa situação muito difícil de pandemia, as pessoas reconhecem esse perfil e esse comportamento, e premeiam-no. O país tem aprendido à sua custa a destrinçar os vendilhões do tempo, os vendedores de banha da cobra, e aqueles que tudo arrasam em nome de políticas ultrapassadas e fora da realidade do século XXI, de quem tem valor, é pragmático, e trabalha com a sua equipa para melhorar as condições de vida dos portugueses mantendo o país no rumo certo. Essa prova foi feita ontem, nas Eleições Legislativas de 2022.


31.01.22

Ai, Chicão. Não quero acreditar. O CDS, partido fundador da democracia portuguesa, passou de partido do táxi a partido do skate.


30.01.22

Em tese, a regionalização é uma coisa boa. Em Portugal, onde o caciquismo herdado do Estado Novo se mantém com novos rostos, será uma coisa má.

Miguel Sousa Tavares in "Expresso".


30.01.22

Se se encontrar alguém a morrer na rua, provavelmente ninguém liga. Mas se for um cão ou gato, um grilo, uma avezita, as boas almas excedem-se. Aconteceu há dias com um fotógrafo espanhol, que tendo caído numa rua de bastante movimento, coberta de gelo, não conseguiu erguer-se acabando por morrer de hipotermia. Quando alguém se abeirou dele era tarde demais. São os tempos modernos.


29.01.22

A noite iluminou-se com a luz de mil archotes. Era dia sendo noite. Uma chuva de estrelas desabou sobre a minha cabeça evocando uma cascata de fogo-de-artifício. Não foi alegria o que senti, mas um repentino e inexplicável aperto no peito, um sufoco de adeus-vida. Algo de muito grave estava a acontecer e eu não o podia impedir, nem fugir. A cidade já sofrera, séculos atrás, um abalo devastador, que a reduzira a cinzas e a pó. Nos meus ouvidos repercutiam-se os gritos aflitivos dos sobreviventes. O receio de que a tragédia se estivesse a re- petir roubou-me o discernimento. Senti-me perdido num mundo em derrocada. minutos depois, compreendi que estava apenas a acordar de um sonho agitado após uma noite de insónia. Olhei para o teto das águas-furtadas com um olho fechado e o outro aberto, tirando a prova dos nove à realidade. O estuque estava no seu lugar e o mundo também. Senti um forte desejo de tomar uma chávena de café, aromá- tico e fumegante. Era urgente acordar. Sou muito lento a reagir pela manhã. Preciso de algum tempo de adaptação antes de poder desafiar o sol e explorar a vida.

António Garcia Barreto in "O Discreto Cavalheiro", romance, Prémio Literário Orlando Gonçalves 2021, patrocinado pela CM de Amadora. Em fase de produção. Âncora Editora


25.01.22

Um escritor é uma pessoa que se importa com o que as palavras significam, o que elas dizem, como elas dizem. Os escritores sabem que as palavras são o caminho para a verdade e a liberdade, e por isso as usam com cuidado, com pensamento, com medo, com prazer. Usando bem as palavras, fortalecem suas almas. Contadores de histórias e poetas passam a vida aprendendo essa habilidade e arte de usar bem as palavras. E suas palavras tornam as almas de seus leitores mais fortes, brilhantes e profundas."

Ursula Le Guin in "A Few Words to a Young Writer", 2008


24.01.22

Personagem-a-uma-janela-Salvador-Dalí-1925.jpg

Salvador Dalí, "Personagem a uma janela", 1925.

O modelo é Ana María, irmã do pintor. O exterior visto através da janela é uma imagem da infância de ambos. Mostra o mundo limitado das mulheres no início do séc. XX. Um mundo voltado para o interior da casa, para as suas tarefas domésticas e o cuidar dos filhos. A mulher não usufrui da vida exterior à casa, não tem direito à diversão. Vive de dentro para fora, limitando-se a observar pela janela o que se passa lá fora. A rua, a vida fora de portas com todas as suas movimentações, o espetáculo do mundo, está reservado aos homens. 

 


20.01.22

Em adenda ao que escrevi no post anterior sobre a presença de pessoas confinadas, por causa do Covid -19, poderem desconfinar por algumas horas para irem votar no dia 30/01, quero deixar claro, depois de ponderação, que não concordo com a situação que tem apenas uma justificação política. Quem está de quarentena, está de quarentena por alguma razão. Ponto final. 

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