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Viagens por dentro dos dias

Blog em torno de literatura, arte, viagens, etc.

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28.06.21

Voltámos a não prestar para nada, agora que a Seleção Nacional de Futebol foi chutada de regresso para casa. Fernando Santos diz que tem os "os jogadores a chorar no balneário". Isto comove. Também o governo e António Costa parece que já não prestam para nada, agora que se aproximam eleições e é preciso carregar nas desgraças. Na verdade, Portugal nunca esteve bem. Às vezes, parece que sim; mas logo a seguir parece que não. Rui Rio esgrime o mais que pode com as desgraças alheias à procura de ser feliz, mas não vai chegar lá. Não tem estatura para primeiro-ministro e não se conhece bem quem o acompanha. O senhor Presidente continua a sua presidência aberta, sempre a tentar elevar a nossa autoestima sem o conseguir. O senhor Presidente da Assembleia da República continua a ser do Sporting, mas deixou de pedir para irmos todos, em força, a Sevilha apoiar a Seleção. Afinal, não valia a pena. Enfim, voltámos ao que sempre fomos: um povo que sonha rente à relva. Valha-nos o vice-almirante, o único que ainda não perdeu o norte (nem o sul) e continua no seu posto.


24.06.21

VAI PLANTAR BATATAS

Vai lá para onde pertences e deixa-me em paz. Tem (tinha) algo de ofensa.

No século XIX, após a Revolução Industrial se fazer sentir em Portugal, aqueles portugueses que trabalhavam em fábricas — os operários — eram mais prestigiados que os trabalhadores rurais — os camponeses. Isto muito embora muitos operários tivessem sido antes camponeses, gente ligada à terra, que depois imigrou para os grandes centros populacionais, na periferia dos quais se situavam as fábricas. Mandar alguém «plantar batatas» era uma forma disfarçada de ofender, de mostrar que a fábrica não era lugar para gente desqualificada.

(do livro "O Povo Faz a Língua" com publicação prevista para o final do ano)


24.06.21

A mente precisa de livros como uma espada precisa de uma pedra de amolar, se quiser manter seu fio. É por isso que leio tanto.

George R.R. Martin


22.06.21

Todos os dias na comunicação social há informação e contrainformação sobre o Covid-19. Agora, tão depressa a variante Delta é controlável pelas vacinas, como as vacinas são ineficazes, em alguma medida, para combatê-la. Mas não só. Há muito mais que não vale a pena repetir, em que qualquer pessoa atenta repara. É lamentável que ninguém tenha mão sobre isto. Parece que não há Estado, que não há autoridade. A liberdade serve para tudo, só não serve para gerar bom senso e sentido de responsabilidade.


21.06.21

Oiça então: desde que eu vi aquela dama que todo o corpo se me encaracolou. Assim à tigre antes de gazelar-se. Eu tinha dezoito Nuno Bragança. Foto, Gérard Castello Lopes.jpganos e pincel para águas-fortes: é pastoreio áspero, reguila. Até então, Mulher era bicho a decifrar e espalhadíssimo, em muitos corpos diferentes. Agora, todo esse panorama se apertava como um telescópio que se encaixa. Não sei se é sempre desse modo em todo o meco. Uma fervura assim, do alto às baixas.

Nuno Bragança, "A Tia de Inglaterra" in Obra Completa, Dom Quixote, Alfragide, 2009


20.06.21

Portugal perdeu com a Alemanha em futebol. Não foi a primeira vez, nem será a última. Dois jogadores tugas enganaram-se na baliza. Mas ainda somos campeões da Europa, embora de um momento para o outro passássemos de bestiais a bestas. Fernando Santos, o treinador, idem. Os comentadores afiam as facas consoante os seus interesses ou a sua clubite. É giro viver na tugalândia, esse reino da estupidez, da inveja, do bota-abaixo, na ponta da Europa. Somos todos bons, mas ninguém presta.


17.06.21

charles-bukowski-02-768x509.jpg

as promesas que fizemos
honramo-las
e
quando formos cercados
pelos cães das horas
nada
nos poderá ser confiscado
a não ser
as nossas vidas.
 
Charles Bukowski in «Os cães ladram facas», Alfaguara, 2018


14.06.21


Sempre admirei os esquimós. Um belo dia, cozinham uma deliciosa refeição para a querida e velha mãe, depois ela se afasta, caminhando pelo gelo, e não volta mais… 

Deve-se sentir orgulho em deixar a vida desse modo — com dignidade e resolução.


Agatha Christie, Autobiografia, Livros do Brasil, Lisboa, s/d (197…)

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