21.06.25
A Feira do Livro de Lisboa, aquela que conheço melhor, é um espaço de passeio nestes dias de Junho, de descanso à sombra das várias praças instaladas, e uma peregrinação para comprar livros a preços reduzidos, o mais reduzidos possível. Também serve para comprar um livro que trazemos na memória há tempo, sem o qual nos sentimos órfãos. Já para apresentar novos livros, sem desconto, a coisa fia mais fino. Constatei um enorme desinteresse, salvo por um ou outro livro publicado pelos grandes editores, desses escritores que andam sempre pelos jornais e televisões. Ouvi alguém responder quando lhe perguntaram se queria o livro assinado pelo autor: "Não, isso não me interessa nada". Estava obviamente no seu direito. Mas podia estar calado. O resto é vento, ou calor, subir e descer a alameda, beber umas imperiais e tocar a bola para a frente que atrás vem gente. Nunca percebi porque razão a APEL continua a fazer a Feira naquele local, despreparado desde sempre para o evento. É verdade que o português não é muito dado a sair da caixa e do pensamento formatado. E assim lá vamos cantando e rindo, como se cantava no tempo da velha senhora que, por sinal, era um homem.